Você está aqui

III Seminário Internacional sobre Uso Eficiente do Etanol
20 de Setembro a 21 de Setembro
Auditório da Bosch - Via Anhaguera, Km 98 - Campinas - SP

Palestrantes abrem seminário na Bosch

O presidente da Bosch, Basaliel Botelho
O presidente da Bosch, Basaliel Botelho

Jayme Buarque de Hollanda, presidente do INEE - Instituto Nacional de Eficiência Energética, instituição responsável pela realização do III Seminário Internacional Sobre Uso Eficiente do Etanol, abriu o evento às 9h30 chamando ao palco os apresentadores para o painel de abertura do evento.

Marcos José Marques, do INEE, começou sua explanação mencionando a importância do Proálcool nos anos 70, período em que o país promoveu a adoção do álcool combustível como alternativa estratégica para proteção de sua balança comercial em face da substancial elevação do preço do petróleo no mercado internacional. "Há semelhanças importantes entre aquele período e o momento atual de crise. O cenário adverso nos obriga a encontrar soluções que sejam competitivas e viáveis economicamente."

Segundo Marques, o III Seminário Internacional Sobre Uso Eficiente do Etanol aponta nessa linha: discutir os caminhos que podem ser trilhados no sentido de ampliar a utilização desse combustível, fomentando o desenvolvimento de tecnologias que elevem sua produtividade como alternativa viável e energeticamente mais eficaz do que a gasolina.

Em seguida, o presidente da Bosch, Basaliel Botelho, lembrou um momento crucial para a cadeia produtiva do etanol, quando foram lançados os primeiros carros flex alguns anos atrás. Ele destacou a insegurança de importantes players da indústria naquele momento em relação aos desafios que despontavam pela adoção de carros que utilizam simultaneamente a gasolina e o etanol.

Botelho destacou que o etanol pode ser um drive de inovação, não apenas no segmento de motores, mas também para  cadeia produtiva como um todo, fomentando investimentos em diversos segmentos. Segundo ele, "a tecnologia tem uma importância muito grande na redução das emissões. O flex tem possibilidades de otimização, com sistema de injeção. Se você olhar a cadeia inteira, o próprio plantio da cana evoluiu ao longo dos anos. Temos que nos orgulhar do nosso protagonismo na evolução de toda essa cadeia: ninguém nos ensinou a fazer isso, nós abrimos esse caminho, nós criamos e desenvolvemos essa alternativa."

Por fim, fechando o módulo de abertura do evento, Aurélio César Nogueira Amaral, da ANP, trouxe uma visão abrangente do mercado a partir da ótica de Estado.

Ele mostrou um gráfico que demonstra a retomada do etanol a partir de 2012 e a relação entre o consumo do combustível e a flutuação do preço da gasolina no mercado brasileiro. Aurélio lembrou que "nossa matriz é uma das mais limpas do mundo", destacando também que diversos fatores vêm afetando os preços do etanol no mercado recentemente, como mudanças de tributação. "Não há dúvida que o concorrente principal do etanol hidratado é a gasolina", disse ele, mostrando, na forma de gráficos, que as alterações tributárias recentes, que impactaram o preço da gasolina, se refletiram em um aumento no consumo do etanol.

Mas esse não é o único fator de impacto. Aspectos como entressafras e o próprio preço da gasolina no mercado nacional, fixado pelo Governo, também têm impacto no consumo. "Quanto menor o preço na bomba, maior é a utilização do combustível", explicou.

Aurélio César Nogueira Amaral trouxe também alguns dados otimistas em relação à utilização do etanol no futuro próximo que incluem, entre outros, a ampliação da frota flex e o papel proeminente do Brasil como segundo maior produtor mundial de biocombustíveis, com cerca de 24% da produção global. Ele também chamou a atenção do setor produtivo para as oportunidades de aumento de participação do etanol brasileiro no comércio exterior, visto que os números ainda são modestos em face do grande potencial de crescimento.

Por fim, chamou atenção também um outro gráfico apresentado pelo executivo da ANP que mostra as diferenças no consumo do etanol em diferentes partes do país. O mapa evidencia um consumo mais amplo na Região Sudeste, com destaque para o interior do Estado de São Paulo. Segundo Aurélio, "o etanol é muito sensível à proximidade (quando sua distribuição está próxima das áreas produtoras) e a questões tributárias".

Menu principal