Uma agenda estratégica para o etanol
Bernardo Hauch Ribeiro de Castro, do BNDES, celebrou sua terceira participação pela terceira vez no Seminário Internacional Sobre Uso Eficiente do Etanol. O representante do BNDES mencionou a atenção especial dedicada pelo banco de fomento estatal ao tema etanol e ao setor sucroalcooleiro. Ele sinalizou que o banco possui uma linha de crédito não reembolsável com o objetivo de financiar a pesquisa acadêmica voltada para aplicação na indústria. O especialista chamou a atenção sobre essa oportunidade, já que “em 2016 passamos a cobrir o setor do etanol nessa linha de crédito, reconhecendo que é um produto estratégico para o país, com o objetivo de fortalecer os centros de excelência em biocombustíveis”. Segundo ele, essa linha de financiamento está aberta até novembro.
O especialista passou então a traçar um cenário do etanol no Brasil, abordando também sua inserção no mercado internacional de combustíveis. Para Bernardo, “o etanol ainda é um nicho em nível global. Somos um early adopter. Ou seja, estamos em plena revolução e, por isso, fica tão difícil enxergar com clareza o tamanho da oportunidade que temos. O desafio está justamente em difundir a tecnologia do etanol. Dentro de uma perspectiva histórica, existe um casamento centenário da indústria automotiva com a indústria do petróleo, mas esses laços tendem a se afrouxar em um contexto de exaustão dos combustíveis fósseis e de novas exigências ambientais. Nós fizemos um belíssimo trabalho no Brasil até aqui, mas há uma oportunidade global que precisa ser capturada”.
O pesquisador trouxe uma sugestão de agenda para o etanol:
- O etanol deve ser posicionado claramente como alternativa de combustível em todos os fóruns dos quais o Brasil vier a participar, posicionando o produto como uma alternativa viável do ponto de vista econômico e energético para os diversos países, o que tende a abrir mercados para o Brasil.
- É preciso criar parcerias fortes com outros grandes produtores de etanol. Nesse contexto, um pacto com os Estados Unidos é fundamental.
- Por fim, é necessário cobrir os gaps tecnológicos no uso do etanol e, nesse contexto, existe uma grande oportunidade no segmento dos veículos pesados.