Etanol e indústria: o caso da Scania
Hugo Nicioli, engenheiro da Scania da área de tecnologias para combustíveis alternativos trouxe a palestra Apostas da Scania na substituição do diesel pelo etanol. O apresentador começou mostrando as três principais linhas de atuação da companhia no sentido de eficientizar seus produtos:
Tranporte mais inteligente - otimização das rotas, otimização do uso do caminhão pelo aproveitamento de sua capacidade máxima.
Eficiência Energética – valorização da performance no trem de força e otimização do consumo de combustível no veículo.
Combustíveis alternativos – redução das emissões de CO2 sem perder de perspectiva questões como preço e eficiência.
Os combustíveis em utilização nos veículos da companhia são: gás, biodisel, HVO e etanol.
Especificamente no que diz respeito aos combustíveis, Hugo enfatizou que já existe tecnologia atualmente para alcançar uma redução importante nas emissões de CO2: "aqui, não estamos falando de um futuro longínquo, mas de uma realidade". O engenheiro citou as ambiciosas metas de redução de emissões nos diversos tipos de combustíveis com os quais a Scania trabalha em suas linhas de produto: até 2050, há projeções de redução em até 85%.
A fabricante sueca trabalha com uma série de diferentes categorias de utilização de caminhões (florestal, rodoviário, coleta de lixo, distribuição, regional, carga indivisível, entre outros). "A gente cobre praticamente todas as aplicações em veículos de grande porte", declarou o Hugo Nicioli. Uma matriz apresentada por ele indica os tipos de combustível mais indicados para cada um desses segmentos de atuação, em função das características de cada um vis a vis as principais exigências de cada segmento.
O apresentador mostrou a evolução da legislação europeia para redução de emissões e apresentou um gráfico comparativo entre os veículos Scania nos diversos segmentos em relação a cada um dos itens exigidos pela regulamentação europeia.
Sobre a otimização dos veículos Scania especificamente para o etanol (E95), o apresentador citou algumas das particularidades dos motores desenvolvidos pela fabricante para funcionamento mais eficiente com o combustível, incluindo aquecedor de ar, sistema de injeção de combustível, geometria dos pistões, turbo de geometria variável e cárter com ventilação, entre outros.
O apresentador mencionou os desafios para a difusão do Etanol E95 na Europa, o que exige a introdução de toda uma infraestrutura de abastecimento. A chave para o sucesso, explicou Hugo, é a cooperação em toda a cadeia de produção e distribuição do combustível: "as histórias de sucesso locais acabam promovendo a utilização do combustível de maneira mais ampla e geral, o que tende a intensificar sua adoção".
O apresentador citou o ‘Dilema Tostines’ para definir os desafios da expansão do novo combustível: "Por que não há mais veículos com essa tecnologia no mercado? Porque não existe o combustível disponível. Mas por que o combustível não está disponível? Porque não existem mais veículos que o demandem”. Por isso, explicou, essa expansão é gradativa e paulatina.
Hugo completou apresentando uma série de casos de reais de utilização de ônibus e caminhões movidos a etanol, inclusive citando frota de ônibus na cidade de São Paulo.