Carros Leves a Etanol no mercado brasileiro
A tarde iniciou com a palestra de Roger Guilherme, engenheiro da Volkswagen do Brasil que atua na área de Powertrain da montadora.
O especialista recuperou uma apresentação realizada em 2003, quando do lançamento dos veículos flex no mercado brasileiro, procurando explorar o paradigma 70%, que foi estabelecido à época a partir de pesquisas e testes realizados com os veículos e motores.
O engenheiro demonstrou o fator de vantagem, que explica o cálculo de uma proporção em torno de 70% (produtividade do etanol vis a vis a da gasolina).
O engenheiro sustenta que as pessoas que rodam poucos quilômetros têm um fator de vantagem menor na utilização do etanol, já que há um ganho de produtividade com o aquecimento do veículo. Segundo ele, a utilização prolongada tende a potencializar o ganho de produtividade pelo uso do etanol.
O engenheiro explicou que os novos motores utilizam uma técnica que favorece um aquecimento mais rápido, aumentando assim a produtividade no consumo do etanol. Atualmente, um volume significativo da frota circulando nas ruas já incorpora uma série de avanços tecnológicos recentes.
No futuro, outras tecnologias têm potencial de ampliar ainda mais a produtividade na utilização do etanol. Um exemplo é o desligamento de cilindros, tecnologia que já está disponível na Europa. Outro destaque é a combustão estratificada.
Segundo o apresentador, a regra de bolso de 70% (derivada da hipótese da mesma eficiência energética usando E22 e E100 em carros Flex) continua válida, embora o etanol esteja lentamente evoluindo nessa linha.
O engenheiro explica que "o planejamento da Volkswagen sempre considera a utilização de motores a etanol: a utilização do combustível é fato consumado no mercado brasileiro".
Povocado pela plateia sobre o desenvolvimento motores monocombustível a etanol, o engenheiro disse não enxergar essa demanda a partir do consumidor: "não existem outros mercados que favoreçam tanto o etanol como o nosso. O carro flex é comercial porque há mercado e está em sintonia com um desejo do consumidor por maior poder de escolha. Além do mais, esse projeto ficaria restrito ao Brasil". Sobre o desenvolvimento de um motor puro etanol, monocombustível, Roger afirmou ser difícil a promoção em âmbito corporativo de um projeto que beneficiaria apenas o mercado brasileiro: "a companhia atua em escala global; é pouco viável promover uma tecnologia brasileira muito divergente do padrão internacional".